O que os números da criminalidade de 2020 nos dizem

Que o ano de 2020 foi atípico, isso ninguém tem dúvidas. As alterações na economia e nas questões sociais impactaram nos números que retratam a criminalidade do país. 

Diante disso, os índices levantados por diversas fontes, como o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, mostram que os principais crimes considerados violentos cresceram no primeiro semestre do ano, de forma geral. 

Evidentemente, alguns estados apresentaram queda da criminalidade nesta época, como o Rio Grande do Sul. Porém, muitas variáveis precisam ser analisadas para saber, de fato, se a segurança do país está mais ou menos comprometida, e em quais categorias.

Veja alguns dados.

Dados da criminalidade de 2020

  • As Mortes Violentas Intencionais (MVI) aumentaram 7,1% nos primeiros seis meses do ano. Nesta categoria estão: homicídio doloso, lesão corporal seguida de morte, latrocínio e mortes decorrentes de intervenção policial.
  • Os homicídios dolosos tiveram crescimento de 8,3% no Brasil em relação ao primeiro semestre de 2019.
  • O número de vítimas de lesão corporal seguida de morte foi mais baixo em 2020, e registrou queda de -7,9% quando comparado com 2019.
  • Dos estados do Brasil, 19 deles apresentaram alta de assassinatos nos primeiros 4 meses de 2020. Segundo o índice nacional de homicídios criado pelo G1, foi registrado aumento de 8% no número de assassinatos em abril deste ano em comparação com abril de 2019. 
  • Sobre a violência doméstica, se por um lado, os registros de agressões nas delegacias caíram  9,9% no primeiro semestre de 2020, por outro, aumentaram 3,8% os chamados para o 190 para acionar a PM nestes casos.
  • Os casos de feminicídio aumentaram 1,9% durante os primeiros seis meses do referido ano.
  • O número de todos os tipos de roubos diminuíram no Brasil, apontando -24,2% no

primeiro semestre de 2020 (as informações da Bahia e Roraima não estão consideradas). Ceará e Rondônia são os estados que mostraram aumento em roubo, com percentual de 19,2% e 50,4%, respectivamente. Na contramão, Espírito Santo (-44,1%), Amapá (-43,8%) e Goiás (-42,3%) apresentaram redução considerável.

  • Com um número menor de pessoas circulando na rua, o roubo a transeunte apresentou queda de -34,0% nos registros feitos no primeiro semestre de 2020.
  • Os roubos de carga diminuíram no primeiro semestre de 2020 (-25,7%), assim como de instituição financeira (-21,1%), estabelecimento comercial (-18,8%), e roubo a residência (-16,0%).
  • No Rio de Janeiro, os roubos de rua tiveram uma queda de 52% no estado na comparação de março de 2020 com o mesmo mês de 2019. 
  • Ainda no estado carioca, os roubos de carros apresentaram queda de 36% e de cargas, 46% no mesmo período citado acima.

Fatores que impactaram a criminalidade

A verdade é que a pandemia impactou o cenário de criminalidade do país. Retome a informação sobre o roubo a transeuntes, por exemplo. É possível associar a redução de crimes deste tipo com o baixo número de pessoas em circulação. 

Segurança eletrônica como aliada

É importante destacar que alguns índices já vinham apresentando redução com o passar dos anos, como a taxa de roubo a residência, que entre 2018 e 2019, reduziu -16,1%. Isso demonstra que o comportamento social de 2020 não foi o único fator que impactou na redução de alguns itens. Assim, é importante destacar que a segurança eletrônica também é uma aliada para que isso aconteça.

Veja o exemplo: no Rio Grande do Sul, especialistas apontam que um dos motivos dos quais o estado vem reduzindo seus índices de criminalidade é o cercamento eletrônico, uma rede de câmeras de segurança que permite identificar veículos usados em crimes e outras irregularidades. Ainda, um em cada quatro municípios do RS tem câmeras de segurança instaladas em ruas e pontos estratégicos para combater a criminalidade.

Por fim, vale retomar que a criminalidade é uma questão complexa e estrutural do Brasil. Contudo, o mercado de segurança eletrônica está em constante desenvolvimento para trazer soluções neste sentido. Para saber mais sobre o assunto, leia o conteúdo “Tendências tecnológicas que prometem ampliar a segurança”.