Você já instalou uma câmera de CFTV que, no final das contas, não cobria toda a área necessária? Ou pior, o cliente acreditava estar protegido, mas havia pontos cegos que comprometiam a segurança?
O erro muitas vezes não está na instalação em si, mas na falta de um cálculo preciso do ângulo de visualização. Saber interpretar o campo de visão da câmera é o que diferencia um projeto amador de uma solução profissional e eficiente.
Neste guia, você vai entender como calcular corretamente o ângulo de visão das câmeras, interpretar datasheets e aplicar esse conhecimento em projetos reais.
O que você vai encontrar neste artigo:
- O que é o campo de visão de uma câmera de CFTV
- Por que calcular o ângulo de visão é importante?
- Elementos que influenciam o campo de visão
- Aplicações práticas do FoV
- Como interpretar o datasheet da câmera
- Como calcular e medir o FoV
- Exemplo prático de aplicação
- Tabela comparativa com modelos hipotéticos
- Dicas de posicionamento para melhor aproveitamento
- Checklist para técnicos antes da instalação
O que é o campo de visão de uma câmera de CFTV?

O campo de visão (Field of View ou FoV) é a área captada pela lente da câmera. Ele define quanto do ambiente será registrado e, por isso, é um dos fatores mais importantes para qualquer projeto de segurança eletrônica.
É possível medir esse campo em três dimensões:
- Horizontal: largura da cena;
- Vertical: altura captada;
- Diagonal: a soma dos dois, representando a área total.
Em termos práticos, lentes com distância focal menor (ex.: 2.8mm) capturam um espaço mais amplo, mas com menos detalhes. Já lentes com distância focal maior (ex.: 12mm) reduzem a amplitude, mas aumentam o detalhamento.
Por que calcular o ângulo de visão é importante?
Projetos mal dimensionados podem gerar zonas cegas, comprometendo a segurança e exigindo retrabalho. Isso causa dois problemas principais:
Sensação falsa de cobertura: O cliente acredita que toda a área está protegida, quando na verdade existem brechas.
Custos adicionais: Reposicionar câmeras ou comprar novos equipamentos encarece o projeto.
Além disso, o equilíbrio entre abrangência e detalhe é fundamental. Um estacionamento pode exigir visão geral da entrada, enquanto um caixa de supermercado precisa de foco em detalhes como dinheiro e produtos.
Elementos que influenciam o campo de visão
Distância focal da lente
Curta (2.8mm, por exemplo): visão ampla, indicada para entradas e áreas grandes, mas com menos nitidez em detalhes.
Longa (6mm, 12mm): visão mais estreita, focada em um ponto específico, ideal para placas de veículos ou corredores.

Tamanho do sensor
Sensores maiores captam mais luz, oferecem imagens de melhor qualidade e podem ampliar o FoV.
Resolução da câmera
A resolução não altera o ângulo, mas define o quanto de detalhe poderá ser visto dentro desse campo. Uma câmera 4K, por exemplo, mostra rostos e placas com nitidez superior a uma Full HD no mesmo enquadramento.
Tipo de lente
Fixas: têm campo de visão definido de fábrica, sendo mais acessíveis e estáveis.
Varifocais: permitem ajustes manuais ou motorizados, oferecendo flexibilidade para adaptar o projeto.
Aplicações práticas do FoV
Campo amplo
Usado em estacionamentos, entradas de prédios, shoppings e grandes áreas.
Campo estreito
Ideal para ambientes que exigem foco em detalhes como caixas de supermercado, corredores internos ou acessos restritos.
Essa diferenciação ajuda o técnico a escolher o modelo certo e também ajustar o posicionamento mais eficiente da câmera.
Como interpretar o datasheet da câmera
O datasheet é a principal fonte de informação para o técnico, pois reúne todas as características técnicas do equipamento. Segue um exemplo do datasheet da Câmera Bullet 2MP 25m com áudio:
- Lente de 2.8mm, com ângulo de visualização de 108° (medida geral que já indica cobertura ampla, ideal para áreas abertas como estacionamentos ou entradas de residências);
- Resolução Full HD (1920×1080), garantindo imagens nítidas para identificar rostos e objetos;
- Sensor CMOS 1/3.2” Progressive Scan, que influencia diretamente na qualidade de captação;
- Alcance do infravermelho de até 25 metros, permitindo visão noturna eficiente;
- Proteção IP66, garantindo uso seguro em ambientes internos e externos, mesmo em condições climáticas adversas;
- Microfone integrado, recurso que amplia a aplicação da câmera, permitindo registrar áudio além do vídeo.
Ao interpretar o datasheet, o técnico deve focar em três pontos: lente + resolução + alcance infravermelho, pois esses fatores combinados já dão uma boa noção do desempenho da câmera no campo.
É recomendável também testar o equipamento em campo, já que condições como iluminação, obstáculos e posicionamento podem influenciar a cobertura real.
Como calcular e medir o FoV
O campo de visão de uma câmera pode ser calculado a partir da relação entre a distância focal da lente e o tamanho do sensor. Esse cálculo permite determinar de forma aproximada o ângulo horizontal, vertical e diagonal de abertura.
As fórmulas utilizadas são:



Na prática, isso significa que quanto menor a distância focal da lente, maior será o campo de visão. Já sensores maiores também ampliam esse ângulo, enquanto lentes longas estreitam a cena capturada.
Exemplo prático de cálculo
Para fixar o conhecimento, vamos fazer um exemplo prático de cálculo utilizando as informações do datasheet da Câmera Bullet 2MP 25m com áudio:
Revisando o documento, temos:
- Lente: 2.8 mm
- Sensor: 1/3.2” Progressive Scan CMOS (≈ 4,54 mm largura × 3,42 mm altura, diagonal ≈ 5,68 mm)
- Resolução: 1920×1080 (Full HD)
- Ângulo de visualização informado no datasheet: 108°

Ferramentas de apoio
Embora o cálculo matemático seja preciso, no dia a dia o técnico pode utilizar:
- Softwares de simulação para prever o campo de visão;
- Testes práticos em campo, essenciais para validar a cobertura real já que fatores como iluminação, altura de instalação e obstáculos influenciam no resultado final.
Exemplo prático de aplicação
Imagine uma entrada de estacionamento com 12 metros de largura:
- A Câmera Bullet 2MP 25m com áudio, equipada com lente de 2.8mm e sensor 1/3.2”, possui aproximadamente 74,6° de ângulo horizontal. Instalada a 9 metros de distância, ela consegue abranger cerca de 12,2 metros de largura, cobrindo praticamente toda a entrada.
- Já uma câmera com lente de 6mm, em condições semelhantes, teria um ângulo de visão reduzido (em torno de 50°). A 6 metros de distância, registraria apenas 5 metros de largura, o que seria ideal para focar em detalhes como um portão de acesso ou uma área mais restrita.
Esse comparativo mostra que a lente de 2.8mm é indicada para cobertura geral de ambientes amplos, enquanto lentes maiores são mais adequadas quando o objetivo é registrar detalhes específicos.
Tabela comparativa com modelos hipotéticos
IMPORTANTE: Os valores abaixo são apenas exemplos genéricos. O ângulo de visão e a largura coberta em cada distância dependem diretamente do datasheet oficial de cada câmera, já que fatores como lente, sensor e resolução influenciam no resultado final. Esta tabela serve apenas para dar uma noção comparativa ao técnico.
Lente (mm) | Ângulo horizontal (º) | Largura coberta a 5m | Largura coberta a 10m | Indicação prática |
2.8mm | ~100º | ~9m | ~18m | Áreas abertas e entradas amplas |
3.6mm | ~80º | ~7m | ~14m | Salas médias, corredores |
6mm | ~50º | ~5m | ~10m | Portões, estacionamentos menores |
12mm | ~25º | ~2m | ~4m | Foco em detalhes específicos |
Dicas de posicionamento para melhor aproveitamento
Um projeto de CFTV eficiente não depende apenas da escolha da lente ou do ângulo de visão. O posicionamento das câmeras é um fator determinante para garantir que a cobertura seja completa e a instalação tenha vida útil prolongada.
1. Avalie previamente os pontos críticos do local
Antes de qualquer instalação, faça um levantamento das áreas de maior risco: entradas principais, saídas de emergência, estacionamentos, caixas e corredores. Essa análise ajuda a definir quantas câmeras serão necessárias e quais devem ter campo de visão mais amplo ou mais restrito.
2. Defina a altura ideal de instalação
Câmeras instaladas muito baixas ficam suscetíveis a vandalismo e sabotagem. Já aquelas em altura excessiva perdem capacidade de capturar detalhes. A altura recomendada costuma variar entre 2,5m e 4m, dependendo do ambiente. Essa faixa garante equilíbrio entre proteção física do equipamento e qualidade de imagem.
3. Considere iluminação e obstáculos do ambiente
Áreas mal iluminadas ou com objetos que bloqueiam parcialmente a lente podem comprometer o campo de visão. Avalie a incidência de luz natural, presença de sombras e uso de refletores. Em ambientes internos, observe a disposição de móveis e divisórias. Em externos, analise árvores, postes e fluxos de veículos.
4. Diferencie ambientes internos e externos
Câmeras para uso externo precisam ser preparadas para resistir a chuva, poeira e variações de temperatura. Modelos com proteção IP66 ou superior e recursos antivandalismo são essenciais nesses cenários. Já em ambientes internos, é possível optar por câmeras menores e mais discretas que se integrem ao espaço sem chamar atenção.
5. Utilize o campo de visão de forma estratégica
Combine lentes diferentes no mesmo projeto. Por exemplo, use uma lente de 2.8mm para cobrir a entrada principal e uma lente de 6mm para focar no portão ou na cancela. Essa estratégia evita sobreposição desnecessária e garante que áreas amplas e pontos de detalhe sejam igualmente monitorados.
6. Teste antes da fixação definitiva
Faça simulações em tempo real antes de concluir a instalação. Ajuste ângulos, inclinações e alturas até encontrar a cobertura ideal. Esse cuidado evita retrabalho e aumenta a satisfação do cliente.
Checklist para técnicos antes da instalação
Antes de fixar qualquer câmera, passe por esta lista de verificação. Ela ajuda a garantir que o projeto seja eficiente, seguro e alinhado às expectativas do cliente:
1. Avaliação das necessidades do cliente
🗹 Identifique se o objetivo é cobertura ampla (visão geral) ou detalhes específicos (rostos, placas, objetos).
🗹 Pergunte sobre situações reais já vividas: furtos, invasões ou pontos de preocupação.
2. Consulta ao datasheet
🗹 Confirme lente, sensor, resolução, alcance de infravermelho e proteção do modelo escolhido.
🗹 Verifique se o ângulo informado no datasheet atende à necessidade do ambiente.
3. Planejamento do posicionamento
🗹 Analise se haverá zonas cegas e determine a altura ideal para instalação (equilíbrio entre captura de detalhes e proteção contra vandalismo).
🗹 Considere iluminação, obstáculos e fluxo de pessoas ou veículos no local.
4. Escolha da tecnologia complementar
🗹 Verifique se a câmera precisa ter IA embarcada, áudio bidirecional ou visão noturna avançada.
🗹 Em ambientes externos, confirme se possui certificação IP66.
5. Teste prático antes da instalação definitiva
🗹 Simule o ângulo de visão no local real.
🗹 Ajuste inclinação e rotação até alcançar a cobertura ideal.
🗹 Valide a qualidade da imagem em diferentes horários (dia, noite, baixa luz).
6. Alinhamento com o cliente
🗹 Mostre como será a cobertura e explique os benefícios em linguagem acessível.
🗹 Deixe claro o que será monitorado com nitidez e o que terá apenas visão geral.
Conclusão
O cálculo do ângulo de visualização é um dos passos mais importantes na hora de planejar um sistema de CFTV eficiente. Ele garante que toda a área esteja realmente protegida, sem falhas de cobertura e sem gastos desnecessários.
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